Às vezes me pego a refletir sobre simples coisas que poucos o fazem.
Observar as estrelas durante uma bela noite é algo que a maioria dos seres humanos apreciam fazer, uns mais outros menos, geralmente dependendo do que põe o pão na sua casa ou do quanto aumenta ou diminui a sua freqüência cardíaca ao fazê-lo mas o que realmente me atrai nesses incríveis corpos, além de toda a parte fenomenológica inerente deles, é o fato de que os fótons provenientes daquelas estrelas viajaram durante 5, 10, 100, 1000, 10000 anos até encontrarem na minha retina um bom lugar para se abrigar e no meu ser um bom lugar para fazer parte de. Não olhar as estrelas é um desperdício do esforço da natureza em trazer algo belo ao homem. Quando olhar o céu noturno pela próxima vez, lembre que aquela estrela fez um esforço enorme para lançar a você a sua luz, e que aquelas partículas-onda que te permitem a vizão cruzaram o espaço, esquivaram-se de diversos corpos celestes, cruzaram quatrilhões de quilômetros apenas para excitar um elétron no interior do seu olho e passar assim a também ser você.
O destino é inexorável.
John Armless